Calazar: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Calazar, ou leishmaniose visceral, é uma doença transmitida por picadas de mosquitos infectados. Sintomas incluem febre, anemia e emagrecimento. O tratamento é feito com medicamentos específicos.

O Calazar, também conhecido como leishmaniose visceral, é uma das doenças mais sérias e letais se não tratada a tempo. Causada pelo parasita do gênero Leishmania, afeta diversos órgãos internos, como fígado, baço e medula óssea. O reconhecimento dos sintomas, a compreensão da transmissão e o conhecimento sobre o tratamento adequado podem salvar vidas. Neste artigo, exploraremos cada um destes aspectos detalhadamente.

Sintomas de calazar

Os sintomas da leishmaniose visceral, ou calazar, podem não ser imediatamente aparentes, levando algum tempo para se manifestarem após a infecção. Inicialmente, podem ser confundidos com sinais de outras doenças comuns, dificultando o diagnóstico precoce. Os mais frequentes incluem febre de longa duração, aumento significativo de tamanho do fígado e baço (hepatomegalia e esplenomegalia, respectivamente), perda de peso inexplicável e fraqueza. Em crianças, pode haver retardo no crescimento. Outro sinal característico é a anemia, manifestando-se por palidez e cansaço. A evolução sem tratamento pode levar a complicações graves, tornando essencial a detecção precoce e a intervenção médica.

Diagnóstico da leishmaniose visceral

Para o diagnóstico do calazar, são utilizados exames específicos que identificam a presença do parasita ou anticorpos contra ele no organismo do paciente. O exame direto de aspirado de medula óssea, fígado, baço ou linfonodos pode revelar o agente causador através de técnicas de coloração. Além disso, testes sorológicos, como o ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) e o RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta), ajudam a detectar anticorpos contra a Leishmania. Recentemente, os testes rápidos que detectam antígenos ou anticorpos específicos têm ganhado destaque pela praticidade e rapidez na obtenção de resultados, facilitando o diagnóstico mesmo em locais com recursos limitados.

Como acontece a transmissão

A transmissão da leishmaniose visceral ocorre principalmente através da picada de insetos flebotomíneos infectados, conhecidos popularmente como mosquito-palha, birigui ou cangalhinha. Estes insetos são vetores do parasita Leishmania e, ao picarem uma pessoa ou animal hospedeiro já infectado, podem adquirir o parasita e transmiti-lo a outras vítimas. A transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez) e por transfusão sanguínea ou transplantes são menos comuns, mas também foram documentadas. Não há transmissão direta de pessoa a pessoa ou através de contato com animais infectados, como cães, contudo, estes podem servir de reservatório para a doença no ambiente.

Como é feito o tratamento

O tratamento do calazar deve ser iniciado o quanto antes para aumentar as chances de cura e diminuir o risco de complicações. As opções terapêuticas incluem o uso de medicamentos antimonial pentavalente, como o antimoniato de meglumina e o estibogluconato de sódio, além de compostos à base de anfotericina B, miltefosina e paromomicina. A escolha do fármaco depende de diversos fatores, incluindo a gravidade da doença, a região geográfica e a sensibilidade do parasita. O tratamento pode ser longo e requer acompanhamento médico rigoroso para monitorar a eficácia e possíveis efeitos adversos dos medicamentos. Em alguns casos, pode ser necessária a hospitalização do paciente.

A leishmaniose visceral é uma doença grave que exige atenção e ações coordenadas de saúde pública para seu controle e prevenção. O reconhecimento dos sintomas, diagnóstico preciso, compreensão das vias de transmissão e tratamento adequado são essenciais para combater esta doença. Com o tratamento correto e intervenção rápida, a maioria dos pacientes pode se recuperar completamente, ressaltando a importância da detecção precoce e do acesso aos cuidados médicos necessários.

Este conteúdo não deve ser usado como consulta médica. Para melhor tratamento, faça uma consulta com um médico.