Os dias estão esquentando e o verão em breve chegará. Com ele, acompanhamos a piora de duas doenças de pele que apresentam grande relação com calor e com exposição solar. São elas: Melasma e Rosácea.
Você certamente conhece alguém que sofre com um desses problemas de pele e o verão para essas pessoas pode ser desesperador. Para isso eu, Dra Alessandra Drummond, dermatologista em Ipanema, venho trazer algumas dicas para quem sofre com Melasma ou Rosácea, sobre como se prevenir da piora da pele que costuma ocorrer no verão.
Primeiro, quero fazer um breve resumo do que é cada uma dessas doenças de pele.
Doenças de pele
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O melasma afeta milhares de pessoas em todo o mundo. São manchas escuras no rosto, principalmente nas bochechas, no buço e na testa, em geral de origem genética, mas que pioram com alterações hormonais, por isso, muitas vezes surgem após a gestação.
A grande maioria das pessoas que sofrem com melasma já entendeu que o sol é um grande vilão e protegem bastante o rosto. Mas será que elas sabem que o sol que pegam no corpo também podem ativar melanócitos no rosto e escurecer as manchas no rosto. Para quem tem melasma, não existe sol seguro. É necessário uma ampla proteção, cobrindo o corpo com roupas com proteção UV e evitando praia em qualquer horário do dia. A radiação mais associada às manchas é a UVA e ela é a mesma de manhã ou ao meio dia. Então, se as manchas são uma preocupação, é necessário ponderar se a exposição direta ao sol é mesmo necessária.
Agora, mesmo para aqueles que não pretendem se expor, existe aquela exposição diária. A exposição de andar na rua, de dentro do carro ou ônibus e da varanda de casa. A radiação UVA atravessa o vidro, e se você não estiver bem protegida, suas manchas vão piorar. Dentro de casa ainda temos a questão da luz visível e a luz de computador, celular e lâmpadas. Elas também causam manchas e inclusive na pandemia houveram vários relatos de pessoas que desencadearam manchas por estarem trabalhando de home office sem protetor solar.
A rosácea não dá trégua também nos dias mais quentes do ano. Rosácea é caracterizada por uma pele mais sensível, mais vermelha, com vários microvasinhos e em alguns casos bolinhas semelhantes a espinhas. Costuma piorar no sol e no calor. Assim como o melasma precisa de uma ampla proteção solar, mesmo dentro de casa.
Filtro solar e as doenças de pele
Quando falo de proteção solar, estou querendo englobar: filtro solar oral, filtro solar de amplo expectro, de preferência mineral ou físico e com cor, roupas, chapéu e barraca ( se ir à praia é algo que você não possa abrir mão) com proteção UV, uso de antioxidantes tópicos como vitamina C e orais como luteína. A pele com rosácea pode não aguentar a vitamina C, especialmente nos meses mais quentes. Nesse caso, sugiro água termal, e hidratantes à base de ácido hialurônico.
Tenho focado cada vez mais nas escolhas por filtros minerais ou físicos, pois o fato de não ter química os tornam muito melhores tolerados numa pele sensível como a da rosácea. Além disso, são filtros com poder de refletir a luz e provavelmente apresentam uma durabilidade na pele muito superior aos filtros solares comuns, com menos reaplicações necessárias. Para a prática de esporte, são mais resistentes a água e ao suor. Infelizmente no mercado de proteção solar brasileiro ainda temos poucas opções disponíveis, mas existem algumas.
Tratamentos das doenças de pele
Falando sobre os tratamentos que podemos realizar na clínica, para a rosácea é interessante já iniciar tratamentos com luz intensa pulsada o quanto antes e manter durante o verão. A luz intensa pulsada é um aparelho semelhante a um laser, capaz de acalmar lesões inflamadas e acalmar a vermelhidão. O uso de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, na forma de microbotox, também apresenta ótimos resultados para controle da rosácea e costuma durar em torno de 3 a 4 meses.
Microbotox significa colocar doses muito pequenas, mais diluídas e bem superficiais, em áreas onde quero melhorar a rosácea, mas não quero paralisar músculos. Gosto muito de associar a luz pulsada com a toxina botulínica. Como a época do final de ano já é muito procurada para realizar o procedimento de toxina botulínica para rugas, sugiro que se faça alguns pontos extras de microbotox em quem tem rosácea.
Já para o melasma, quase todos os tratamentos no consultório não são recomendados quando a temperatura esquenta, pelo risco maior de efeito rebote. Reserve esses meses mais quentes para evitar que seu melasma piore e foque novamente na melhora, quando o calor mais intenso passar. Evite também o uso de ácidos mais fortes porque podem deixar a pele mais fina e mais suscetível a manchar caso se exponha ao sol.
Os tratamentos que se propõem a estimular colágeno, como os bioestimuladores, e também os preenchedores de hidratação injetável, são muito procurados nessa época. Mesmo quando o objetivo não é melhorar o melasma nem a rosácea, podemos notar um ganho secundário. Já sabemos que existe muito mais coisa envolvida no desenvolvimento do melasma do que apenas pigmento e por isso tratar da qualidade da pele como um todo, gera melhora também nele. Semelhante ocorre com a rosácea.
Melasma e Rosácea são doenças de pele fotossensibilizantes e é preciso fazer algumas escolhas para a pele não piorar demais no verão. Antes de qualquer decisão sobre exposição solar pense e reavalie: “é mesmo necessário?”; “estou disposta a arcar com as consequências na minha pele depois?”. Caso decida que vai se expor, ao menos tome todas essas medidas que indiquei aqui para vocês contra as doenças de pele.
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